30.8.10

Principais Resultados da Tourada de Santa Bárbara, 28 de Agosto de 2010


- 10 feridos;um homem de 80 anos que partiu a "bacia"
- Mais de 200 e-mails recebidos pela Junta de Freguesia
- Cerca de 100 e-mails recebidos pelo Bispo dos Açores

29.8.10

Ainda a Tourada à Corda de Santa Bárbara


Bom dia,

Vimos por este meio informar que a Junta de Freguesia não está a aplicar
qualquer tipo de verba no evento das Touradas, nem a promover o mesmo.

Este evento é de total responsabilidade da Comissão de Festas de Santa
Bárbara.

Com os melhores cumprimentos,
Miguel Sousa

Presidente da Junta de Freguesia de Santa Bárbara


Comissão de Festas de Santa Bárbara traz hoje até à freguesia
espectáculo de tourada à corda que tem sido contestado através de
emails de protesto enviados às entidades locais



santa bárbara A caixa de correio electrónico da Junta de Freguesia já
recebeu mais de 100 emails de protesto de populares, todos eles
iguais, cada um destes assinado por cidadãos individuais de todo o
arquipélago. As críticas são dirigidas ao Espectáculo Festa Brava, uma
tourada à corda organizada pela Comissão de Festas de Santa Bárbara,
que terá lugar hoje, entre as 16h00 e as 19h00, no chamado caminho da
Mediana, parte da Estrada Regional. As reservas nos emails focam três
pontos essenciais, criticando a violência sobre os animais, o gasto de
dinheiros públicos naquela actividade e ainda a sua aplicação numa
iniciativa que não tem tradição em São Miguel. Miguel de Sousa Melo,
presidente da Junta de Freguesia de Santa Bárbara, já fez saber que
discorda das críticas dirigidas à tourada à corda, organizada pela
comissão de festas local. “Relativamente aos maus-tratos dos animais,
ninguém os vai magoar. Não vamos andar a espetar bandarilhas neles, é
uma simples tourada à corda”, explicou o autarca. “Ninguém é obrigado
a participar e digo mesmo que quem tem mais risco de se aleijar são as
pessoas e não os touros”. Sobre a questão dos gastos de dinheiro
público na animação, o presidente responde que simplesmente, não há
dinheiro nem do Governo Regional, nem da Câmara Municipal envolvido.
“Não há dinheiro nenhum gasto nisso, os senhores da Ganadaria vêm cá a
custo zero, nós só pagamos o transporte dos animais”. Relativamente à
questão da falta de tradição tauromáquica em São Miguel, o presidente
indica simplesmente que não entende qual é o problema. “Os Açores são
nove ilhas, as tradições não têm que ser restringidas a uma ilha ou
outra. As culturas alteram-se ao longo do tempo, são criadas e
passadas coisas novas entre elas”, aponta o autarca. “Ainda assim as
pessoas são livres de dizerem aquilo que quiserem, vivemos em
democracia aqui na Região”, ressalva. Manuel Galvão de Medeiros, da
Comissão de Festas de Santa Bárbara, também rejeitou as críticas
dirigidas à tourada, frisando que os mesmos animais terão outro
espectáculo dentro de semanas. “Não vamos maltratar os animais, é tudo
uma brincadeira. O touro depois de vir cá, vai para outra ilha fazer
mais uma tourada. “Os quatro touros voltam vivos lá para a Terceira”.
O responsável indicou ainda que já se realizaram iniciativas
semelhantes na ilha, e que se a tourada deste ano correr bem, haverá
de se repetir em edições vindouras da festa. “Acho uma boa ideia, um
convívio bom”, destaca, indicando que é esperada muita gente para a
tourada. • “Os espaços e fundos públicos não servem para patrocinar
touradas em São Miguel” Em declarações ao AO, Diogo Caetano,
presidente da associação ecológica Amigos dos Açores, indica que a
associação é “manifestamente contra a realização de touradas na ilha
de São Miguel porque não constituem tradição, ao contrário de outras
ilhas”. Ainda que as touradas em causa não tenham por intenção levar o
touro à morte, o responsável da associação explica que na mesma expõem
os animais a maus-tratos e como tal não devem ser promovidas. A
posição dos Amigos dos Açores também critica o apoio de entidades
públicas a esta actividade. “Nós entendemos que há muito mais e melhor
a fazer com dinheiros e espaços públicos do que patrocinar touradas na
ilha de São Miguel”, remata.francisco cunha

Açoriano Oriental, 28 de Agosto de 2010

Entusiasmo popular com mais força que críticos das touradas à corda



Largas centenas de pessoas, entre naturais e oriundos de outras
localidades da ilha de São Miguel, e turistas estrangeiros de férias,
fizeram ontem da freguesia de Santa Bárbara, Ribeira Grande, um local
de eleição. Ali aconteceu ontem à tarde uma tourada à corda,
espectáculo popular característico das ilhas do Grupo Central, mas que
ano após ano vem ganhando projecção na ilha de São Miguel. Noticiada
neste jornal a discordância de várias vozes e entidades sobre tal tipo
de iniciativa, o facto é que ontem, em Santa Bárbara foi dia de festa.
Os touros, mais assustados que as pessoas, lá mandaram alguns
aficionados para cuidados médicos mas, na verdade, nada de grave
aconteceu. Nem para os aventureiros e bravos “toureiros”, nem para os
animais, os grandes protagonistas do evento. Apesar de notórias falhas
na organização do evento (que teve início quase uma hora depois do
anunciado), e do facto de estarem circunscritos a um pequeno troço de
uma estrada regional asfaltada, há que salientar a resposta positiva
do público. A dita “tourada à corda” já provou, pelas tímidas
demonstrações surgidas em São Miguel, ter todas as condições para ser
tão popular e apreciada como é na ilha de origem - a ilha Terceira.•
rlm
Açoriano Oriental, 29 de Agosto de 2010


Nota- Depois do fugir com o rabo à seringa do Presidente da Junta, no Açoriano Oriental ele mostra o que já sabíamos, ele é uma dos responsáveis pela tourada, depois a Igreja entra nas corridas de touros através da Comissão de festas e por último o jornalista rlm escreve um artigo de opinião e não uma notícia.

22.8.10

Tourada em Santa Bárbara, Ribeira Grande - Proteste


Está programada uma tourada para o próximo dia 28 de Agosto na
freguesia de Santa Bárbara.

Escreva à Junta de Freguesia de Santa Bárbara a lamentar a ocorrência
deste espectáculo nesta freguesia. Pode usar o texto abaixo ou
personalizá-lo a seu gosto.



Para: juntafsbarbara@sapo.pt

Cc: acoresmelhores@gmail.com, geralcmrg@cm-ribeiragrande.pt



Ex.mo Sr. Presidente da Junta de Freguesia de Santa Bárbara,

Tomei conhecimento de que se irá realizar na Junta de Freguesia de Santa Bárbara uma tourada e venho por este meio manifestar o meu total repúdio por tal acontecimento!
Bem sei que quem o faz e permite normalmente fá-lo por motivos lúdicos e que neles encontra justificação, como a tradição e divertimento. Não há tradição ou divertimento que justifiquem o sofrimento e maus tratos a um animal, seja uma tourada, circo, jardim zoológico ou qualquer outro ambiente.
Havendo, tal como é público, tanta necessidade de recursos financeiros no poder local, espera-se que a Junta de Freguesia de Santa Bárbara não esteja a aplicar verbas públicas na realização de touradas. Pelo contrário, quem se encontra à frente do poder local tem obrigação de promover a educação dos seus eleitores e não contribuir para o seu embrutecimento!
Com os melhores cumprimentos,
Nome
Morada

NOTA- Hoje,23 de Agosto,a Junta de Freguesia comunicou que a responsabilidade da tourada é da Comissão de Festas. Assim sendo e não se sabendo do envolvimento de dinheiros públicos, é dinheiro que poderia ser aplicado em coisas úteis na freguesia que é desviado para um ganadeiro.

20.8.10

Tauromaquia é também isto!



Cerca de 40 feridos, entre os quais uma criança de 10 anos que sofreu um traumatismo abdominal que permanece estável, mas com prognóstico considerado grave.

19.8.10

10 perguntas básicas sobre as touradas



1.¿SUFRE EL TORO DURANTE LA LIDIA?

Sí. El toro es un mamífero altamente desarrollado y como todos los mamíferos cuenta con un sistema nervioso evolucionado.

Durante la lidia, los toros están sometidos a una tremenda y progresiva tortura que se dirige a la anulación de su capacidad de defensa, debido al colapso orgánico y al dolor progresivo.

Las banderillas son un afilado arpón diseñado para desgarrar la piel y engancharse con fuerza en los tejidos internos. La hemorragia y gravísimas heridas que provocan en los músculos y tendones cercanos a la espina dorsal impiden al toro levantar la cabeza. Este mismo fin también se persigue con la acción del picador a caballo, que es además el primer elemento en entrar en juego.

La espada puede destrozar al toro el hígado, los pulmones, la pleura y el diafragma, dependiendo del lugar por donde penetre. Cuando secciona la gran arteria, el toro agoniza entre enormes vómitos, ahogado en su propia sangre. La espada puede clavarse muchas veces al mismo toro.

La puntilla se utiliza para rematar al toro moribundo, intentando seccionar su médula espinal, a la altura de las primeras vértebras: atlas y axís. El toro queda paralizado sin poder mover los músculos y en la mayoría de los casos aún entra vivo al desolladero.

2. ¿ES EL TORO UN ANIMAL CUYA UNICA FINALIDAD ES MORIR EN LA PLAZA?


No. Todos los animales merecen que se les reconozca valores básicos inalienables como son la propia vida y el derecho a vivirla dignamente y con integridad.

Desde un punto de vista racional y moral no existe ningún fundamento por el cual proteger y mimar algunos animales, como los que hemos elegido como compañía, y olvidar los derechos más básicos de otros.

El toro posee un valor objetivo como individuo, como biotipo ambiental y como patrimonio medioambiental de nuestra comunidad; su supervivencia en un entorno natural no debe estar ligado a su explotación económica y a la tortura y muerte en una plaza de Toros.


3. ¿ES REALMENTE AGRESIVO EL TORO DE LIDIA?

No. Durante años los ganaderos han trabajado exclusivamente con la finalidad de seleccionar y alterar el comportamiento natural de estos herbívoros intentando enfatizar sus características agresivas. El toro como cualquier animal individual enfrentado a su supervivencia, intentará huir como primer paso. Esta pauta es habitual y repetida en las corridas y encierros, en los que los animales intentan encontrar una vía de huida y evitar el enfrentamiento.

Solo azuzado, herido y encerrado sin salida desarrollará un comportamiento de defensa y ataque.

4.- ¿EXISTE EN REALIDAD LA RAZA “TORO DE LIDIA”?

No. El toro de lidia no cumple con el principio taxonómico que le permite ser clasificado como raza, es decir el de poseer unos caracteres morfológicos propios transmisibles genéticamente. El ganado de lidia constituye una población bovina heterogénea perteneciente a diversas pseudorrazas de Bos Taurus, con la característica frecuente, indefinible científicamente, de manifestar una agresividad instintiva cuando son provocados o acosados.

Esta agresividad, denominada ‘bravura’ no se perpetua de generación en generación, si no que la mayoría de los toros carecen de ella, según denuncian los propios aficionados. De lo contrario las tientas serían innecesarias y todos los toros nacidos de padres ‘bravos’ serían igualmente ‘bravos’.

No se conoce ni una sola descripción científica de los caracteres diferenciadores de la hipotética raza de lidia. Dentro de la descripción específica de una raza bovina se incluye, al menos, la alzada, el peso medio, proporciones, forma de la cabeza, forma de la cornamenta, capas y colores. Ni siquiera el propio Reglamento de Espectáculos taurinos los describe, limitándose a prohibir que se lidien reses que no estén inscritas en el Registro de Empresas Ganaderas de Reses de Lidia.

5. ¿ES EQUILIBRADO EL ENFRENTAMIENTO TORO-TORERO?

No existe equilibrio. El toro es un ser indefenso que por muchas astas y fuerza que tenga jamás podrá vencer la inteligencia, el número y los medios que el ser humano va a poner en el ruedo. El hombre acabará con él tras ejercer unos cuidadosos y muy elaborados actos, que algunos llaman arte y estética, y cuyo fin no es más que el ir destrozando poco a poco al animal para así convertirlo en un guiñapo sangriento a merced del torero.

6. ¿RECIBE UN TRATO DIGNO DURANTE SU CRIANZA?

No. Los toros son sometidos por los ganaderos durante su crecimiento a estudiados programas de acoso y violencia con objeto de provocar y exacerbar un comportamiento agresivo patológico, eliminando su equilibrio psicológico natural.

7. ¿JUSTIFICA LA TRADICIÓN LA VIOLENCIA EN CONTRA DE LOS ANIMALES?

Las tradiciones son sólo costumbres que deben mantenerse siempre que nos enriquezcan ética y moralmente. En el caso de los festejos taurinos la tradición no sólo no nos enriquece sino que nos envilece.

A lo largo de la historia hubo tradiciones terribles contra seres humanos y animales. En la India, hasta hace poco, eran incineradas vivas las viudas junto al cuerpo del esposo; a las niñas chinas les impedían el crecimiento de los pies; en Inglaterra se practicaban luchas entre perros y toros y entre osos y lobos. Afortunadamente estas “tradiciones culturales” fueron desapareciendo gracias al progreso, a la ética y la evolución.

Lamentablemente todavía se mantiene tradiciones nefastas e inhumanas como la mutilación sexual de las niñas en algunos países africanos, el cocer vivos a perros y gatos para aprovechar mejor su carne en países asiáticos, la mutilación de manos a los ladrones en ciertos países árabes… España conserva, para vergüenza de una gran mayoría, las corridas de toros, los toros de fuego, los enmaromados, las becerradas, el toro alanceado, los toros de Coria y un sin número de festejos donde pequeñas vaquillas sirven de diversión a las gentes de los pueblos que se ensañan con ellas.

8. ¿QUE NORMATIVA DE PROTECCION EXISTE ACTUALMENTE?

La normativa estatal excluye de manera taxativa los festejos taurinos a la hora de prohibir el maltrato de los animales, y no reconoce a los animales como merecedores de derechos. Es más, la falta de voluntad de las administraciones de sentar precedentes de protección real para todos los animales, sin exclusiones, hace que muchos casos de maltrato y sadismo hacia éstos queden impunes por las lagunas legislativas.

La legislación aplicada al toro en España (Real Decreto 145/1996) sólo sirve para regular la forma de torturarlo y evitar fraudes que desluzcan el espectáculo. Cosas como el tamaño de la punta de las banderillas, los puyazos que el picador asesta, cuantas veces podrá ser clavada la espada en el cuerpo del animal antes de pasar a la puntilla, etc. son reflejadas con asombrosa frialdad, como si se estuviese hablando de un objeto en vez de un ser vivo sintiente. Sirva el siguiente artículo como ejemplo:

Art. 75 Cuando debido a su mansedumbre una res no pudiera ser picada en la forma prevista, el Presidente podrá disponer el cambio de tercio y la aplicación a la res de banderillas negras o de castigo. En las banderillas negras o de castigo, el arpón en su parte visible, tendrá una longitud de ocho centímetros y un ancho de seis milímetros.

Cada comunidad desarrolla sus propio Reglamento de Espectáculos Taurinos Populares. En la comunidad de Madrid es el Decreto 112/96. Todo el compendio legislativo se puede consultar en http://www.mir.es/espectac/toros/normativ.htm

9. ¿DESAPARECERIA LA FIESTA SIN SUBVENCIONES?

El mundo del toro es un sector claramente deficitario. La falta de ingresos por espectadores debido a la repulsa social cada vez mayor es cubierta por las subvenciones y la financiación directa de las diversas administraciones, quienes construyen plazas de toros, organizan festejos taurinos en las fiestas municipales, mantienen escuelas de tauromaquia, ayudan a las asociaciones taurinas, etc.

Sin subvenciones y ayudas la fiesta taurina desaparecería en poco tiempo.

10. ¿PODEMOS ACABAR CON LA TORTURA EN LOS RUEDOS?

Sí, entre todos podemos lograr que las corridas de toros pasen a la historia rechazada por la gran mayoría de la población. Casi el 70% de la población está ya en contra de las corridas de toros o no se muestra en absoluto interesada en ella: con tu colaboración podemos lograrlo.

Para ello es necesario también que los partidos políticos se replanteen su apoyo a la injustificadamente llamada “fiesta nacional” y que los medios de comunicación sean más sensibles a este tema.

Ecologistas en Acción viene trabajando desde su creación para lograr que se reconozcan derechos a los animales. En un mundo controlado por la especie humana se han de establecer unas responsabilidades de ésta hacia los animales, domésticos y silvestres, y sus necesidades, resultando imprescindible promover una cultura y una legislación que regule los derechos de los animales. El progreso, la paz y la educación deben conjugarse en armonía con el respeto hacia el resto de los animales. El cambio positivo de actitudes hacia los animales como seres no humanos, está íntimamente ligado al respeto global por toda clase de vida y, por extensión, a todo el planeta.
Fonte: http://www.ecologistasenaccion.org/spip.php?article1384

15.8.10

Touro fere cavaleiro e mata dois cavalos em Vilar Formoso. Cultura ou barbaridade?



Um touro provocou ferimentos num cavaleiro e a morte de dois cavalos, no sábado, durante um “Encerro a Cavalo”, nas Festas da Senhora da Paz, em Vilar Formoso
Segundo a GNR daquela localidade, o acidente deu-se durante a manhã de sábado, no decorrer do tradicional “Encerro a Cavalo”, quando um touro, “em circunstâncias ainda desconhecidas, investiu contra dois cavalos que viriam a falecer”.

“O cavaleiro que ficou ferido foi logo transportado para o hospital da Guarda”, disse hoje à Lusa, o capitão Gonçalves, da GNR de Vilar Formoso.

Segundo António Renas, da comissão de festas local, “os touros, alguns novilhos até, não seguiram o trajeto em campo aberto“ que deveria "levá-los em cortejo da Aldeia de São Sebastião até a praça desmontável de Vilar Formoso”, local onde apenas chegou um deles, disse à Lusa.

“Os touros entraram em bairros habitados de Vilar Formoso, assustando a população”, referiu ainda.

“Um deles investiu contra dois cavalos, um dos quais morreu logo ali”, e o outro “teve que ser abatido, pois corria em sofrimento com as tripas de fora”, explicou hoje à Lusa, António Renas.

Ainda segundo este responsável, “um dos cavaleiros, de Vilar Formoso, levou vários pontos na cabeça e no torax”, mas que hoje, domingo, “já se encontrava de volta a Vilar Formoso”, referiu.

A tradição dos Encerros tem a sua melhor expressão nas aldeias que fazem fronteira com Espanha e que mantêm ainda este cortejo constituído por bois e cabrestos, conduzidos por homens a cavalo, que são recebidos pelo povo, mordomos e aficionados de outras terras, aglomerados ao longo do caminho até à praça.
Fonte: Açoriano Oriental, 15 de Agosto de 2010

8.8.10

GNR reforça fiscalização ao transporte de animais

O Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA) da GNR dos Açores aumentou a fiscalização sobre o transporte de animais devido à frequência das situações irregulares. Recentemente, foram identificadas no Porto Comercial de Ponta Delgada duas situações de violação das regras do transporte de animais. No primeiro caso tratou-se de quatro touros bravos que estavam numa “gaiola” de reduzidas dimensões durante três dias a aguardar a chegada de um barco, para serem encaminhados para a ilha de Santa Maria. Na segunda situação, tratou-se de um contentor contendo diversos suínos em situação de sobrelotação, onde dois porcos já estavam mortos e mais 12 porcos foram impedidos de viajar para uma ilha do Grupo Central, por motivos sanitários. As multas para o transporte irregular de animais apresentam como valor mínimo 500 euros, podendo ser elevadas para 3740 euros em caso de particulares ou 44890 euros para as empresas. Um fonte da GNR indica que existem muitas situações de maus tratos a animais em todas as ilhas dos Açores. A maioria dos transportes realizados por via marítima, geralmente, cumpre as regras definidas para o transporte dos animais, sendo que o principal problema são as escalas para transportar os animais para outras ilhas. No transporte marítimo, os contentores com animais devem ser os últimos a serem carregados para os barcos e os primeiros a saírem para salvaguardar o bem-estar dos animais. Relativamente ao transporte rodoviário, onde se destaca a utilização de reboques para o transporte de vacas, a mesma fonte da GNR indica que os animais não podem estar amarrados pelo nariz, devendo o reboque utilizar um piso derrapante e garantir o espaço suficiente para os animais se deitarem. Os reboques também precisam de estar licenciados pelos serviços agrários e necessitam de apresentar uma placa a informar o transporte de animais vivos.

O presidente da associação Amigos dos Açores, Diogo Caetano, considera que nestas situações de transporte irregular dos animais devem ser aplicadas as coimas previstas na lei. “Neste casos, para além da divulgação pública, devem ser aplicadas coimas para existir um efeito exemplar”, frisa. O ambientalista solicita que as pessoas denunciem casos de maus tratos de animais, aconselhando o recurso ao SEPNA da GNR. “A experiência que temos no SEPNA é muito eficaz em todos os processos que envolvam animais de companhia ou produção, devendo ser o primeiro contacto efectuado quando se registam maus tratos a animais. O fundamental é divulgar o SEPNA como uma entidade preparada para as situações envolvendo animais”. • Luís Pedro Silva

6.8.10

A Criação do Hospital Veterinário Alice Moderno




Em texto anterior fizemos referência ao contributo ímpar de Alice Moderno para a criação e para as actividades da Sociedade Micaelense Protectora dos Animais, que como simples associada, quer, depois, como presidente da mesma.

Neste texto, mencionaremos as suas diligências no sentido da criação de um posto veterinário para tratamento de todos os animais. Dizemos todos os animais porque Alice Moderno não fazia discriminação, as suas preocupações não se limitavam apenas a alguns, mas a todos, incluindo os humanos: “caridade não é apenas a que se exerce de homem para homem: é a que abrange todos os seres da Criação, visto que a sua qualidade de inferiores não lhes tira o direito aos mesmos sentimentos de piedade e de justiça que prodigalizamos aos nossos semelhantes”.

Para além de, no seu jornal “A Folha”, divulgar a experiência de associações congéneres, como a Sociedade Protectora dos Animais do Porto que possuía um posto veterinário onde, em 1913, foram prestados 515 serviços, foram muitos os apelos feitos por Alice Moderno, junto das Câmaras Municipais, no sentido da criação do ambicionado posto veterinário. Embora os apelos não tenham surtido qualquer efeito, podemos dizer que foram dados os primeiros passos, através da disponibilização de um veterinário, a partir de 1934, para tratamento dos animais.

Poucos dias antes da sua morte, a 31 de Janeiro de 1946, Alice Moderno deixou os seus bens, em testamento, à Junta Geral Autónoma do Distrito de Ponta Delgada, com a obrigação daquela entidade instituir um hospital para animais, no prazo máximo de dois anos.
Em Janeiro de 1948, foi fundado o Hospital Veterinário Alice Moderno, que começou a funcionar, primeiro num pequeno pavilhão na Rua Coronel Chaves, nas antigas instalações do CATE, e que agora funciona, em São Gonçalo, em instalações pertencentes aos Serviços de Desenvolvimento Agrário.

De acordo com um texto de Ana Coelho, publicado em 2009, no jornal Correio dos Açores, ficámos a saber que embora o sonho de Alice Moderno se mantenha vivo, o número de atendimentos estava a diminuir, apesar de não ser cobrado nada a quem “não tem condições económicas para pagar os tratamentos ou vacinas dos seus animais de estimação”.

Teófilo Braga

6 de Agosto de 2010

Um veterinário fala sobre tauromaquia e sofrimento do touro




Vale a pena ler com atenção: https://acrobat.com/#d=mxAQ0xYDHCl8XPiAycsUYQ

1.8.10

Galiza e touradas


De touros, touradas e sensibilidade moral


Outras vozes
Quarta, 28 Julho 2010 02:00

Domingos A. Garcia Fernandes

Prestes a começar as touradas da Peregrina em Ponte Vedra nom está por demais recordar que som alheias à nossa cultura e que 80% da populaçom é contrário às mesmas (em modo algum se trata dumha tradiçom).

E cumpre assim mesmo recusar umha série de mitos como:

A tam espalhada ideia de que há que preservar as tradiçons - umha tradiçom, a das corridas, que na Galiza, já se indicou, nom seria tal -. Porém nom fica de sobejo explicitar que entender por tradiçom. De acudir a María Moliner: "passagem dumhas geraçons a outras através da vida dum povo, umha família, et cetera, de notícias, costumes e criaçons artísticas colectivas." E de o fazer ao Novo Grande Dicionário da Língua Portuguesa: "transmissom de valores espirituais..." ou "conhecimento ou prática que provém da transmissom oral ou de hábitos inveterados."

Sublinhemos o de colectividade, valores espirituais ou hábitos inveterados (rem a ver com a festa dos touros). Amais disso nom por algo ser tradicional tem de ser mantido, há costumes a erradicar o antes possível por ser defesa de destruiçom e violência.

Que o touro é umha raça brava. Nom, seriam mestiços (é doado consultar estudos na rede) sem raça determinada, umha casta de pseudorraças de Bos Taurus com agressividade instintiva quando som provocados ou assediados característica, a agressividade, que partilham com outras muitas espécies e mesmo com exemplares de outras raças bovinas. Nom se decidiu, por negócio, criar um protótipo e os touros de lide de ontem nom se parecem aos de hoje e, a bom seguro, tampouco aos de amanhá.

Que o touro é agressivo. Rem de rem. É um ruminante pacífico que somente deseja se esgueirar da praça, fugir dos magarefes, pastejar e ruminar em paz, de nom ser por toda umha panóplia de torturas para o irritar e dilacerar, para o louquejar de dor e o obrigar a combater.

Que o toureio é umha arte. De voltar ao María Moliner, arte por antonomásia seria "a actividade humana dedicada à criaçom de cousas belas" . Semelha que deveria ser um processo criativo para dar e nom apagar vida. Aniquilar nom engrandece. A formosura nom está na morte, no estrago, na danificaçom, na degradaçom. Na arte há de primar o biófilo fronte ao necrófilo.

As corridas fam parte do panem et circenses, das velhas carniçarias de animais e humanos, das queimas de hereges, dos grosseiros espectáculos para as massas (ir passar o domingo), do guilhotinar público... É no século XVIII, ou mesmo no XIX, quando esta má-criaçom, em paralelo com a Ilustraçom, diminui em toda a Europa, nom o fai no Estado espanhol anti-ilustrado, que nom só nom proíbe estes divertimentos, ao contrário, impulsiona-os, regulamenta, muda em oficiais, preside... E como ideologia de mascarada umha série de mitos baseados na mais espessa ignorância.

Os mal chamados festejos som actuaçons cruéis com puas, farpas e estocadas. Traia-se à memória que é o córtex cerebral o que nos diferência dos outros mamíferos e permite que falemos, calculemos ou sejamos artistas. Porém as emoçons, o prazer, a dor, os medos, os anseios, as ledícias e as frustraçons som compartilhadas. Os centros de prazer e dor no sistema límbico fam parte das estruturas em comum.

As puas lesionam apófises espinhosas de vértebras, podem provocar hemorragias que cheguem a 18% do volume sanguíneo...

As farpas provocam lesons musculares, de vasos sanguíneos e nervos.

As estocadas quase que endejamais desembocam numha morte rápida ao estar deslocadas e o touro afoga no seu próprio sangue.

Nom me vou adentrar em argumentos tam à moda a respeito dos Direitos dos Animais ou falsos razoamentos sobre a sobrevivência das pastagens (de certo que som um património natural de grande valor e lugar de passagem de aves e outros animais), que transformadas en reservas naturais podem acolher bovinos em liberdade e ser compartidas com outras espécies. As devanditas pseudorraças de lide nom tenhem de deixar de ser ao se suprimir as touradas e os antitaurinos de certo que lutaríamos para os proteger.

Para rematar unhas consideraçons acerca de Ética e Moral, pois usufruir desses festejos implica umha degradaçom moral, umha sensibilidade atordoada.

A Ética estaria ligada ao comportamento racional do indivíduo corpóreo e alicerçaria-se no princípio de conservaçom da esfera corpórea (fortaleza) e no de solidariedade com outras esferas corpóreas (generosidade).

A Moral abrangeria as normas vinculadas aos mesmos indivíduos corpóreos, mas em tanto que membros de grupos, comunidades, sociedades, culturas... Mesmo os seus princípios podem colidir com os imperativos éticos. Em todo lugar e tempo costumam referir-se à isonomia, à justiça recíproca... e sempre há umha incomensurabilidade entre as esferas ideal e real de aplicaçom.

Nom se vai cair em aplicar aos touros discursos antropomórficos e os olhar como seres humanos.

Mas sim convidar a reflectir arredor das supraditas fortaleza, generosidade, isonomia e justiça. Sentir prazer com espectáculos cruéis, violentos, nom invalidará essas virtudes?


Fonte:http://www.diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=5116:de-touros-touradas-e-sensibilidade-moral&catid=100:outras-vozes&Itemid=21