30.1.10

Sem tauromaquia o touro não vivia

Um dos argumentos usados pelos defensores da indústria tauromáquica é o de que sem ela a biodiversidade da Terra ficaria mais pobre já que o touro acabaria por se extinguir.
Com este argumento o que pretendem é tentar convencer uma população cada vez mais sensibilizada para os problemas ambientais do planeta, tentando colocar-se ao lado dos que lutam, sem hipocrisias, para a construção de uma Terra sem explorados nem exploradores, sejam humanos ou não.
Tal como os outros argumentos, este não tem nenhuma razão de ser. Com efeito, o touro bravo não é nenhuma espécie, mas sim uma raça ou subespécie e o fim das touradas não significa, de maneira nenhuma, a extinção da raça.
O que não é compreensível é a utilização deste argumento conservacionista para justificar a única e verdadeira razão que leva os industriais da tauromaquia a criar touros, a económica. Se a motivação fosse a da conservação de uma espécie, como se compreende a necessidade de maltratar os touros, espetando bandarilhas, enfiando-lhes ferros ou provocando-lhe a morte numa praça, que é a mãe de todos os sonhos dos adeptos da sorte de varas?
Além disso, se a motivação fosse a protecção da espécie por que razão não propõem os industriais tauromáquicos a criação de reservas ou santuários para a protecção dos touros? Se eles são sensíveis ao sofrimento animal, como alguns o dizem relativamente aos cães, gatos e cavalos, por que não promovem a observação de touros (Bull Watching?).
Por último, desnecessário é perder muito tempo com o contributo dos touros bravos para a conservação dos ecossistemas já que os touros, não estão nos campos por estarem em equilíbrio com a natureza, mas por terem sido introduzidos com o único fim, o de satisfazerem interesses económicos de um reduzido grupo de industriais.
Fontes:
Evangelista, H.(2009). A tourada, razão da existência do touro bravo? Terra Livre, nº 7.

26.1.10

Animais abandonados, o que fazer?


O Grupo pelo Bem Estar Animal dos Amigos dos Açores - Associação Ecológica organiza na próxima sexta-feira, dia 29 de Janeiro, pelas 20h30m, na sala 200 da Escola Secundária das Laranjeiras, em Ponta Delgada, uma sessão pública intitulada "Abandono e Recolha de Animais Selvagens e de Companhia. Como proceder?".
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Serão oradores convidados o Sarg. Ajudante Santos do SEPNA - Serviço de Protecção na Natureza e do Ambiente da GNR e o Dr. Vergilio Oliveira, Veterinário Municipal de Ponta Delgada.

Compareça e participe no debate. A entrada é livre.

Participe no blog http://bemestaranimal-acores.blogspot.com

16.1.10

Tortura Não é Arte nem Cultura


Mariano Soares


De acordo com o jornal Diário Insular do passado dia 14 de Janeiro, em breve os Açores vão ter um regulamento de espectáculos tauromáquicos de natureza artística. Mas o que é isto de tauromaquia artística? Nem mais nem menos todas as actividades em que se farpeiam touros (http://base.alra.pt:82/iniciativas/iniciativas/EPpDLR030-09.pdf).
Será a tauromaquia uma arte? Antes de escrevermos algumas linhas sobre o assunto, apresentamos abaixo um pequeno texto da década de 20 do século passado que não perdeu actualidade:
“Tauromaquia! Arte de tourear! ... Que desgraçada concepção de arte! A arte deve ter como objectivo o Belo, e o Belo verdadeiramente belo, deve ser encarado no seu duplo aspecto: material e moral. Portanto o Belo deve ter também um fim útil…que não seja, pelo menos, imoral…Que utilidade ou que beleza poderá haver em farpear touros? Não desfazendo (como é costume dizer-se) da habilidade, do saber e da valentia do homem que se dedica a esta estúpida tarefa, devemos concordar que isso não deve merecer o nome de Arte! Ninguém chama arte, a não ser por ironia, ao trabalho de quem se dedica, embora expondo a vida, a fazer mal, assaltando e roubando o seu semelhante… ou ainda mesmo quando o faça com habilidade, sem empregar meios violentos, como fazem os vigaristas!” (Abilos, A Batalha, Suplemento Semanal Ilustrado, nº119, 8 de Março de 1926)
Dizem os adeptos das touradas que estas são uma manifestação de arte e de cultura, com muitos apaixonados em todo o mundo, entre os quais eminentes homens das letras e das artes, entre os quais estão nomes como os de Goya, Picasso, Vargas Losa e Hemingway.
A verdade é que a nível mundial é cada vez menor o número de países onde ainda ocorrem touradas. Actualmente a tourada só existe em nove países e mesmo nestes a contestação à sua realização tem vindo a aumentar, como é o caso da Espanha onde ela já foi abolida nas Canárias e onde várias cidades já se declararam Livres de Touradas, entre elas Barcelona.
Se é verdade que alguns artistas e escritores são ou foram adeptos da tourada, outros de igual valor foram seus opositores, de que são exemplo Vitor Hugo, Franz Kafka, George Bernard Shaw, Mark Twain.
A nível nacional referiremos os nomes de Alexandre Herculano que considerava a tourada um “espectáculo de eras bárbaras, que a civilização desenvolvendo-se gradualmente por alguns séculos ainda não pode desterrar da Península” e Ferreira de Castro que a propósito escreveu: eu amo a galhardia mas odeio a barbaridade. Eu amo os gestos audaciosos, arrojados, mas detesto-os profundamente sempre que eles se traduzem em crueldade”
Entre nós, como opositor às touradas, destacaríamos o nome do cientista terceirense Aurélio Quintanilha que, entre outras funções, foi professor da Universidade de Coimbra, e que a meados do século passado afirmou o seguinte: "Como homem e como professor não posso deixar de lhes enviar a minha mais completa e entusiástica adesão ao protesto levantada pela Sociedade Protectora dos Animais contra um espectáculo indigno do nosso tempo, da nossa mentalidade, da nossa civilização".
Outro terceirense ilustre, o libertário Adriano Botelho também se pronunciou sobre o pretenso espectáculo das touradas nos seguintes termos: ”fazem-se por outro lado, reclames entusiastas de espectáculos, como as touradas de praça onde por simples prazer se martirizam animais e onde os jorros de sangue quente, os urros de raiva e dor e os estertores da agonia só podem servir para perverter cada vez mais aqueles que se deleitam como aparato dessa luta bruta e violenta, sem qualquer razão que a justifique”.
Mesmo sendo uma tradição, como o é em algumas ilhas dos Açores, como a ilha Terceira, e acreditando que seja cultura ou arte, não é legítimo torturar um animal, no caso em apreço um touro, em nome do que quer que seja.
Numa sociedade moderna, como o é a nossa, não há lugar para a crueldade com os animais. Tortura não é arte nem é cultura!

FONTES:
Anónimo (2002). Contra as touradas. Lisboa: Cadernos d´A Batalha.
http://www.bullfightingfreeeurope.org/index_por.html

13.1.10

Proteste contra as Cornadas nos Dinheiros Públicos dadas pela Câmara Municipal de Angra do Heroísmo



Caros amigos dos animais,

Como é do conhecimento público, a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo (ou a empresa Municiapal Culturangra) possui uma dívida que ascende a mais de 1,5 milhões de euros, a maior parte desta quantia destinada ao pagamento das touradas de praça que se têm realizado nos últimos anos aquando das Sanjoaninas.

Sendo do conhecimento público que as actividades tauromáquicas não geram receitas que as tornem autosufientes, a presidente da Câmara de Angra, por intermédio de uma comissão organizadoras das festas, vai investir 380 000 euros para a realização, em Junho, da próxima Feira Taurina.

Vimos solicitar a todos o envio de mails de protesto à Presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo (angra@cm-ah.pt).

(exemplo de texto já enviado, podendo fazer as alterações que acharem por bem ou criar outros textos)

Exma Senhora,

Tomei conhecimento de que a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, uma vez mais, tenciona patrocinar com dinheiros públicos (380 000 euros) a indústria tauromáquica a pretexto da Feira Taurina integrada nas Sanjoaninas de 2010.
Para além das touradas de praça constituírem uma actividade que mancha as maiores festas profanas dos Açores, conisderamos uma afronta o dinheiro gasto com elas já que a ilha Terceira, tal como o resto do território nacional, está a atravessar uma crise económica e social que se traduz no número crescente de desempregados e na dificuldade por que passsam as pequenas e médias empresas.
Venho manifestar o meu desagrado pelo mau uso dado aos dinheiros públicos para a manutenção de uma indústria decadente que vive do sofrimento dos animais e sugerir o seu investimento na área da saúde, da educação, da indústria, do comércio e dos serviços.

Com os melhores cumprimentos,

José Sousa

1.1.10

Campanha de esterilização de animais abandonados- Votos para 2010

Votos para 2010

Depende de nós que o novo ano traga mudanças positivas para a situação global dos animais abandonados em Portugal. Os esforços individuais são muito meritórios e resolvem casos pontuais de animais caidos em desgraça, mas são insuficientes para resolver o problema dos milhares de animais que todos os anos são mortos nos canis municipais. Precisamos de implicar o poder local no controlo da sobrepopulação de cães e gatos, sozinhos nunca conseguiremos acabar com o abandono a que os animais de companhia estão sujeitos.

Esta Campanha assenta em 3 pilares:
1.Os canis municipais devem esterilizar obrigatoriamente todos os animais que dão em adopção .
2. As Câmaras devem celebrar protocolos com as associações de protecção animal que actuam nos concelhos com vista à esterilização dos animais abandonados que estas recolhem.
3. As Câmaras devem proporcionar aos munícipes com recursos limitados a esterilização gratuita dos seus animais.

Que todos os que aderiram a esta Campanha passem à acção e 2010 pode ser um ano de mudança!

Seja porta voz de quem não tem voz!

Fonte: http://campanhaesterilizacaoanimal.wordpress.com/